REPORTAGEM: NATHALIA ZANDAVALLI - Fotografia e Textos
PETAR - Os Encantos das Cavernas da Mata Atlântica
O Petar, Parque Estadual Turístico Alto Ribeira, é um
dos Parques mais antigos do Estado de São Paulo, criado em 1958, com uma
área de 35.712 há, visa proteger e conservar o rico patrimônio natural
da região do Alto Ribeira.
Iporanga-SP

Uma das mais antigas povoações do Estado de
São Paulo,
surgiu no início do século XVI com a mineração do ouro, no entanto, a
região já era ocupada por indígenas há mais de 4.000 anos, conforme
pesquisas realizadas em vários sítios arqueológicos locais.
Iporanga
é o município com o maior número de cavernas e grutas do Brasil e,
possivelmente, do mundo. Possui 360 cavernas cadastradas, tendo algumas
delas ótimas estruturas para receber seus visitantes.

Vista da Cidade
Em função de ser um município, cuja área foi declarada de preservação
ambiental, suas atividades agrícolas, pecuárias e extrativistas
tornaram-se impraticáveis e Iporanga encontrou como saída econômica o
turismo.
É possível visitar atrativos culturais como o Museu, a Igreja Matriz, cujo sino foi confeccionado na Holanda e trazido para
Iporanga
em 1832, e os casarios coloniais. Ainda visitar lindas cachoeiras,
corredeiras, piscinas naturais, montanhas, vales, cavernas, passeios de
canoas, fazer rapel, canyoning e trekking pelas mais belas trilhas de um
dos poucos remanescentes da Mata Atlântica.
Iporanga,
a Capital das Grutas, está localizada numa região reconhecida pela
UNESCO como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, considerada piloto
para projetos de conservação, pesquisa e desenvolvimento sustentado.
Agora
Iporanga está firmando-se como um dos mais importantes centros de ecotorismo do Brasil.
Petar

Porta Retrato na Caverna
O Petar, Parque Estadual Turístico Alto Ribeira, é um dos Parque mais antigos do Estado de
São Paulo, criado em 1958, com uma área de 35.712 há, visa proteger e conservar o rico patrimônio natural da região do Alto Ribeira.A Região do PETAR é reconhecida por possuir um dos maiores
patrimônios espeleológicos do Brasil, com mais de 300 cavernas
cadastradas (Burgi & Marinho, 1997). São cavernas formadas por
rochas calcáreas e das mais variadas formas, desde simples entradas
subterrâneas até canyons (abismos) de até 250 m de profundidade
vertical. É a região de maior concentração de grutas e cavernas do
Brasil, sendo um dos maiores sítios geológicos e espeleológicos.
Vale do Ribeira
Privilegiado por sua localização no coração do maior remanescente
contínuo de Mata Atlântica paulista e paranaense, o Vale do Ribeira
compreende inúmeros municípios numa região onde a diversidade biológica e
de ecossistemas proporciona uma sucessão de cenários surpreendentes.
Em meio a uma vegetação exuberante e diversificada vivem cerca de 400
espécies de aves, 183 de anfíbios, 146 de répteis e 131 de mamíferos. O
elemento marcante dessa região é o rio Ribeira de Iguape, que diferente
da maioria dos grandes rios, ao invés de correr para o oeste, nasce no
Paraná e segue em direção ao litoral, recebendo muitos afluentes.
Essa riqueza natural transformou o Vale do Ribeira no paraíso dos
ecoturistas, que encontram ali uma infinidade de rios, cachoeiras,
cavernas, corredeiras, estuários, manguezais, dunas, montanhas e praias.
O local perfeito para a prática de esportes radicais como o canyoning,
cascading, rafting, surf, navegação, espeleologia, entre outros. Isso
sem mencionar o importante legado histórico e cultural das cidades,
construções que datam do século XVI, atividades de dança, música e
gastronomia tradicional.
Para proteger todo esse paraíso, o Vale do Ribeira hoje conta com
duas dezenas de unidades de conversação, Áreas Naturais Protegidas,
vários bens e núcleos urbanos tombados como patrimônio histórico.
Trilha do Bethary e Caverna Água Suja

Vale do Ribeira
Nossa viagem já começa antes de chegar em
Iporanga, quando pudemos avistar o Vale do Ribeira e o Rio Ribeira do Iguape , que impressiona por sua beleza e imponência.
Logo ao chegarmos em
Iporanga a Agência Ecocave e a Pousada
Iporanga
já nos aguardavam. Tudo estava muito organizado, a Agência montou um
roteiro diferenciado, com guias especializados e equipamentos
adequados.A Pousada nos recebeu muito bem, preparou os lanches para as
caminhadas e ainda pudemos prestigiar a ótima comida caseira que eles
oferecem.
Para aproveitarmos ao máximo nossa estada na região, partimos para
conhecer a Caverna da Água Suja, localizada no Núcleo Santana do Petar.
Ao chegarmos no Núcleo do Parque, assinamos um termo de compromisso,
tivemos algumas orientações da Ecocave sobre equipamentos e cavernas
antes de iniciarmos a caminhada.

Rio Bethary
O acesso à Caverna Água Suja é pela Trilha do Bethary, que segue
margeando o Rio Bethary. Em alguns pontos, torna-se necessária a
travessia do rio pela água. O percurso total é de 3,6 km que são feitos
em média de 4 horas. Durante o percurso é possível observar diferentes
formações rochosas, solos e tipos de vegetação com sua fauna
característica.
Após uma hora de caminhada, chegamos a tão esperada Caverna. O Sérgio
e o Guiné, que nos acompanharam, ascenderam as carbureteiras para
iluminar o interior da Caverna, e então começamos a travessia. A
sensação é incrível quando se está dentro de uma caverna. É possível
sentir as paredes pulsando.

Cachoeira dentro da Caverna
A Caverna Água Suja localiza-se a 1,2 km do posto de guias (núcleo
Santana). O percurso interno inicia-se na entrada principal e segue
acompanhando o curso da água até a cachoeira (onde passa-se por um teto
baixo). Este percurso possui aproximadamente 1.300 metros e nele
passamos por grandes estalactites, travertinos e por um túnel de vento.
Trilha e Caverna Morro Preto
Ao retornarmos da Água Suja, ainda no Núcleo Santana, fizemos uma
pequena trilha do Morro Preto, passando pela Cachoeira do Couto, uma
linda cachoeira formada pelas águas que saem da Caverna do Couto. Com 7
metros de altura e beleza, é ótima para um banho refrescante na piscina
natural e na pequena hidromassagem que se forma em sua queda.

Caverna Morro Preto
Atravessamos ao lado da cachoeira, pelas pedras, subimos um trecho de
trilha e chegamos á Caverna do Morro Preto. A caverna nos impressionou
pelo tamanho e beleza de sua boca. Ao entrarmos na Caverna, chegamos ao
Salão chamado de AnfiTeatro, onde pudemos observar a luz que entra na
caverna formando um cenário maravilhoso, com ornamentações gigantescas.
Mas adiante, subimos pelas pedras, e em uma parte mais acima, ficamos
encatadas com as fendas e os abismos e as belíssimas formações no
interior da
Casa de Pedra e Caverna Santo Antônio

Início da Trilha Casa de Pedra
No segundo dia, a programação foi conhecer a Casa de Pedra, a maior
boca de Caverna do mundo, com 215 metros de altura. Já na noite
anterior, enquanto jantávamos com o Sérgio e a Milena da Ecocave,
pudemos ouvir e imaginar como seria a Casa de Pedra, que falavam com
tanto entusiasmo.Já nos adiantaram que a trilha era difícil, mas valeria
a pena o esforço para contemplar tamanha beleza. Partimos bem cedo, já
que a trilha era longa e um pouco difícil. Começamos atravessando o Rio
Maximiniano, que desce em direção à caverna.
Na trilha ouvimos sons dos mais diversos, aprendemos mais sobre a
diversidade e o uso sustentável da flora da Mata Atlântica. As trilhas
da região são íngremes, algumas fechadas, muito preservadas, o que
exigiu um pouco mais de resistência e conhecimento do local. Mas pudemos
ficar tranqüilas com a experiência e prática dos Guias Sérgio e Guiné,
que sempre nos davam uma mãozinha quando precisávamos.

Piscina na Casa de Pedra
Um pouco mais de 02 horas, avistamos o Rio novamente, e logo, sem
sabermos, já avistaríamos a Casa de Pedra. Quando então veio a surpresa!
Coberta pela Mata, olhamos para cima, e vimos um imenso portal de pedra
com uma boca que jamais pensamos que poderia existir tanta beleza e
grandiosidade.

Cachoeira Casa de Pedra
Ao nos aproximarmos, chegamos em uma piscina natural, formada pelo
Rio Maximiniano, onde pudemos nos refrescar e fazer um lanche,
contemplando à nossa frente a Casa de Pedra!

Paredão Casa de Pedra
Um pouco à frente da piscina, chegamos em uma pedra onde avistamos
uma imponente cachoeira que desce o abismo e se entranha caverna
adentro.
Daquela pedra, pudemos sentir ainda mais a imensidão daquela Caverna,
comparando a pessoa sentada e a altura do paredão à frente.

Exterior da Caverna Santo Antônio
Quando deitamos na pedra e olhamos para cima, vimos o portal, tão grande e alto que uma fotografia poderia dar apenas uma noção.
Depois de quase 02 horas encantadas com o local, seguimos para outra
trilha, que daria a volta na Casa de Pedra, e chegaríamos em sua boca
menor, a Caverna Santo Antônio.
A caverna Santo Antônio possui uma característica muito interessante,
onde seu portal forma uma caveira. Quando no seu interior você olhar
para fora, verá nitidamente uma caveira. É o ponto de ressurgência do
Rio Maximiniano.
Cascading e Rapel

Cascading Ecocave
Depois de muita emoção na Casa de Pedra, não bastaria, organizaram no
terceiro dia um Cascading de 60 metros e um Rapel, de 135 metros! Haja
coração!
Partimos logo de manhã para fazer o Cascading na Cachoeira Passa
Vinte, também conhecida como Arapongas, nome dado, pelo fato de possuir
muitos desses pássaros ali em volta. Chegamos no local, e fomos nos
apresentar ao proprietário das terras onde a cachoeira está localizada.
Preenchemos uma ficha de cadastro, e seguimos para a trilha.
O caminho é muito simpático, todo florido, repleto de borboletas e
pequenos animaizinhos interagindo com a Mata. Atravessamos um riacho,
caminhamos mais uns 15 minutos e chegamos à Cachoeira.
Então nos preparamos para a descida embaixo dela, o Cascading. A
sensação é ótima, é possível senti-la, afinal descemos bem embaixo dela,
sentindo a força de sua água e observando a beleza de sua formação.

Rapel, quase não se vê
Após o Cascading, era a hora da Laje Branca! Um rapel de 135 metros
negativos. A Laje Branca é majestosa por suas dimensões, a caverna
possui 130 metros de boca. Oferece como opções o rappel em sua boca ou a
visitação de seus 630 metros de percurso interno, este surpreendente
pela grandeza de seus salões, entre eles um grande salão com enormes
dunas de areia. O acesso é feito por trilha, que prima pela beleza e
diversidade de flora e fauna.
A descida levou cerca de 20 minutos, podendo contemplar o belo
cenário no entorno. Chegamos ao pé da Caverna, onde paramos para fazer
um lanche, e é claro, recuperar as forças, porque a adrenalina foi
muita. Após o lanche, entramos apenas no começo da Caverna para visitar
seus bancos de areia, afinal já era tarde, e não haveria tempo para
fazermos a travessia.
Caverna Santana e Caverna Alambari
No quarto dia, e último, saímos logo que amanheceu para a Caverna Santana. É a segunda maior caverna do Estado de
São Paulo, com 5.040 metros de extensão. A visitação turística é feita em um trecho de 800 metros, facilitado por escadas e pinguelas.

Salão do Cavalo
A duração da visitação é de aproximadamente uma hora e meia, na qual
percorre-se a galeria do Rio Roncador que dá acesso a galerias
superiores, ricas em formações. É nesta caverna que encontra-se o salão
Taqueopa, considerado o mais ornamentado do mundo. O Salão do Cavalo tem
esse nome por sua formação semelhante a cabeça e pescoço de um cavalo.
A Caverna desenvolve a imaginação de quem a visita, em suas
formações, podemos ver diversos desenhos e significados, e nos divertir.

Caminho para Alambari
A Trilha para a Caverna Alambari é agradável, possui uma ponte de
madeira, chega-se a um centro de apoio, e em menos de 100 metros,
chega-se a boca da caverna, mau dá para perceber.
Chegamos a Caverna Alambari de Baixo. É uma aventura atravessa-la com
água pela cintura. É uma caverna que alia a beleza de suas formações
com a aventura de caminhar em suas águas. A travessia leva cerca de 01
hora, em um percurso de 890 Metros no seu interior, com alguns trechos
secos e outros molhados.
Dicas da Autora

Entrada da Caverna Santo Antônio
Como Chegar: Partindo de São Paulo, seguir pela Rodovia Régis
Bittencourt (BR 116). Entrar em Jacupiranga, passar por Eldorado, e mais
70 Km até chegar em
Iporanga.
Algumas cavernas são molhadas, então é aconselhável utilizar roupas
leves, que sequem rápido e proteger seus equipamentos para não molhar,
como a câmera fotográfica, utilizando um saco estanque.
Equipamentos como capacete, lanterna e calçado antiderrapante são indispensáveis e podem evitar acidentes.
Serviços
Ecocave Ecoturismo & Aventura
Rua Itapetininga, 81-
Iporanga-SP
www.ecocave.com.br
(15) 3556 1574
info@ecocave.com.br
Pousada Iporanga
Rua Itapetininga, 110-
Iporanga-SP
www.pousadaiporanga.com.br
(15) 3556 1132
pousada@pousadaiporanga.com.br
Comentários
|
|
Alice
postado: 9/12/2008 21:15:13 Não imaginava que o PETAR fosse tão lindo! |
|
Carolina Amaral
postado: 18/2/2009 10:06:15 Eu
achei que as cachoeiras são muito bonitas e as cavernas são muito
divertidas e curiosas. Amei muito e quem saiba um dia eu visite o lugar. |
|
Hélcio
postado: 13/6/2010 07:26:13 Maravilhosa esta aventura espero conhecê-la em breve. |
|
Simone
postado: 6/11/2010 09:50:26 O
PETAR é maravilhoso, estou planejando ir em breve......Sou uma
apreciadora do turismo de aventura, em especial o turismo em
cavernas.....Fui à BONITO\MS; é impressionante a 'caverna do lago
azul'.........
Simone \ Porto Alegre \ Rs |
|
|